domingo, 26 de abril de 2009

Pedro Carmo's Drácula the Impaler!



Este por muitos que possam pensar, não é o verdadeiro Drácula, o empalador...mas o sujeito que se segue é o verdadeiro sanguinário da Valáquia (actual região da Roménia):



O nome deste senhor com o estilo algo estranho é Vlad Dracul (ele teve este nome devido ao facto de o seu pai, Vlad II, também príncipe da Valáquia, pertencer à ordem do Dragão. A palavra Drácula significava na língua romena mais antiga Dragão e Diabo, hoje é somente Diabo).

Como foi escrito aqui, ele foi o príncipe da Valáquia, mas o que ele fez para merecer o nome de "Empalador"?

Nos meados do século XV (entre mais ou menos 1448 e 1476), este sujeito atormentou o Império Turco Otomano, no leste da Europa, impedindo-os de entrarem pelo resto da Europa adentro, depois de ter ficado lixado com o pai, seu antecessor, chamado Vlad II, estar a dar graxa ao Sultão Otomano e ter dado ele e o seu irmão como prisioneiros dos Otomanos, como prova de vassalagem ao Sultão...Vlad o Empalador, achava que isto era uma traição à Valáquia e à ordem do Dragão.

Enquanto isso, o pai era morto pelos Hungaros e o seu outro irmão mais velho era morto por adversários políticos, receando perder poder na Valáquia, os Otomanos metem o Empalador como regente fantoche da Valáquia, mas os Hungaros invadem a região, e o Vlad vai para a Moldávia ter com o seu tio Bogdan II, para ter protecção.

Bogdan II mesmo assim foi assassinado por Petru Aron para se tornar no "boss" da Moldávia, e o Vlad arriscou e fugiu para a Hungria. Lá, o rei Hunyadi compreendeu a sua situação, perdoou-o, fê-lo conselheiro, visto que ele sabia de muita coisa da máquina militar dos Otomanos e ficou como candidato da Hungria ao principado da Valáquia. O destino iria dar voltas...

Os otomanos em 1453, finalmente conquistaram Constatinopla (Istambul) que era o que restava do Império Bizantino (por uma questão técnica das muralhas defensivas da cidade) e em resposta, os Hungaros invadiram a Sérvia para expulsar os otomanos e Vlad foi com o seu exército para a Valáquia. Ele ficou principe e o rei dos Hungaros morreu de peste ("Tough luck").

Básicamente, durante o seu reinado, Vlad, fez de tudo para expulsar os Otomanos, fez o manguito ao facto de ele ser o fantoche do Sultão, aliou-se aos Hungaros, deixou de pagar o tributo aos Otomanos, o que os irritou, e provocou um conflito entre a Valáquia e os Otomanos, eliminou clãs, famílias, subditos desleiais, adversários políticos e inimigos otomanos, básicamente tourturando-os, mutilando-os e principalmente (visto que Vlad gostava muito disso...) empalando-os em estacas de madeira, com o sangue dos seus corpos a escorrer e a apodrecer nos campos de execução, mas embora pese isso, conseguiu trazer ordem e prosperidade à Valáquia e hoje é recordado na Roménia como um herói cristão que impediu o expansionismo islâmico mesmo sendo tão ou mais cruel que os próprios otomanos, que não eram propriamente boas pessoas...

Ele em 1462 teve de fugir para a Transsilvânia por causa de um ataque dos Otomanos, pediu ajuda aos Hungaros, estes prenderam-no por 12 anos, o irmão de Vlad foi para o trono, mas era pró-otomano, os Hungaros aos poucos deram mais liberdade, casou-se com um membro da realeza hungara, e começou a preparar a reconquista da Valáquia, mas mesmo na prisão, apanhava pássaros e bichos e torutrava-os, mutilizava-os e empalava-os em pequenas lanças de madeira...era das suas actividades favoritas.

Entretanto o irmão morreu na Valáquia e foi substituído por outro fantoche dos otomanos, Basarab, de um clã rival do Vlad o Empalador. Ele reconquistou a Valáquia em 1474, mas os Turcos contra-atacaram na batalha de Bucareste em 1476, e mataram-no. Como prova, decapitaram-no e meteram a sua cabeça espetada numa estaca em Constatinopla à vista de todos para saberem que o Empalador tinha sido morto.

sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril de 1974




"Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados capitalistas e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser, vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário sai e forma. Quem não quiser vir não é obrigado e fica aqui."

Por Salgueiro Maia na madrugada de 25 de Abril de 1974 a vários soldados em Santarém

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Independentemente das falhas que a democracia portuguesa possa ter, este feriado devia ser uma das coisas que os portugueses deviam saber melhor, pois só passaram 35 anos de um golpe de estado organizado por capitães das forças armadas que conspiraram desde 1973...

Este golpe foi transformado em revolução porque o povo saiu à rua com alegria e esperança num futuro melhor, visto que o regime do Estado Novo, além de proibir as mais diversas liberdades básicas, como a liberdade de expressão, estava numa guerra colonial com os movimentos de independência da Guiné-Bissau, Angola e Moçambique desde 1961, e o povo quis aproveitar esta grande oportunidade.

Não vou dizer que tudo foi mau no Estado Novo, mas certas coisas nunca devem ser impostas a um povo, e uma delas é ter ordem e paz (que também é importante nos dias de hoje) à custa da perda da sua liberdade individual ou colectiva...

Podia-vos contar o que aconteceu antes do 25 de Abril, mas vou contar-vos só o essencial:

O Movimento das Forças Armadas, fartos de travarem uma guerra sem fim, decidiram derrubar o governo do Estado Novo comandado por Marcelo Caetano, visto que Salazar já tinha morrido. O organizador do MFA era o Major Otelo Saraiva de Carvalho que controlou as operações escondido no quartel da Pontinha em Lisboa. Mandou indicações por telefone para vários regimentos ocuparem os pontos estratégicos de Lisboa, e de vários sitios no país, como por exemplo o forte-prisão de Peniche, o aeroporto ou a RTP.

Às 22h55 foi lançada uma senha via rádio aos revoltosos em forma de canção: "Depois do Adeus" de Paulo de Carvalho. Às 00h20, foi dada a senha definitiva também em forma de canção: "Grândola Vila Morena" de José Afonso(com muito significado, visto que esta era proibida pelo Estado Novo), para começar o golpe.

Durante a madrugada, as forças revoltosas foram movendo-se para os pontos estratégicos, o Estado Novo reagiu, mas tarde e com pouca resistência, o que deu uma vantagem ao MFA. A Escola Prática de Santarém, liderado pelo capitão Salgueiro Maia, teria um papel decisivo, pois iria mover-se até ao Terreiro do Paço, em Lisboa, que era o coração do poder.

Vários comunicados foram lançados via Rádio Clube Português, durante o resto da madrugada para que o povo se mantivesse em casa, e que forças militares opositoras seriam neutralizadas caso provocassem os revoltosos, mas o povo saiu à rua para aclamar os golpistas, e houve pouca gente das Forças Armadas que quissesse defender o Estado Novo...

Depois de ocupados os vários pontos estratégicos da revolução, as tropas de Salgueiro Maia dirigiram-se ao quartel do Carmo, sede da GNR em Lisboa, para daí cercar o quartel e receber a provável rendição de Marcelo Caetano, que só o fez, quando o General Spínola apareceu no quartel, porque não queria que o poder caísse na rua, embora isso tenha sido inútil, pois durante os 2 anos seguintes, o poder foi disputado por forças de esquerda e de direita. Às 19h30, o regime tinha caído.

O essencial estava alcançado, e mesmo que hoje haja gente que diga mal de muitas coisas deste país, não podem reclamar da falta de liberdade, pois se houvesse falta dela, os insultos seriam punidos de alguma forma pelo Estado Novo :)

Feliz Dia da Liberdade!